Logo mandamos avisos para todos os nossos amigos por whatsapp, depois colocamos nas nossas páginas do Facebook. Nesse momento de um passa para o outro, alguns protetores de animais entraram em contato e sugeriram outras páginas para publicar, uma amiga também, mesmo de longe, me ajudou muito com isso. Fizemos panfletos e distribuimos em postos de gasolina, padarias e para pessoas do bairro. No final da tarde me ligaram para dizer que achavam que estavam com o meu Beholder.
Beholder é um vira-lata que adotamos ainda filhote em uma ONG. Ele é tão vira-lata que é quase uma raça, já que vemos tantos cachorros parecidos com ele por aí. Porte médio-grande, pelo curto marrom caramelo. Mas o meu cachorro tinha um diferencial: a plaquinha de identificação.
Naquela tarde, fui lá ver o tal cachorro e como eu suspeitava, não era ele. Enfatizava que ele tinha coleira preta e a plaquinha (em formato de osso) com o nome dele e o nosso telefone. Mas e se ele tivesse perdido a coleira? A gente seguia qualquer pista que aparecesse. Minhas filhas avisaram na escola e a tarde acompanhavam nas buscas, na certeza que ele apareceria assim como num passe de mágica.
Na manhã seguinte avisaram que tinham visto meu canino, num bairro próximo, Corremos para lá e nada de encontrar. A tarde voltei para o bairro, mas não encontrei. À noite meu marido passou por lá e viu um cachorro parecido com o Beholder, mas ainda não era ele. Esse era um cachorro que morava na rua por ali mesmo e o pessoal do comércio cuida dele. Lá se foi mais uma noite sem meu filhote de quase 9 anos.
Mais uma manhã e outra ligação. Dessa vez o cachorro estava de coleira preta, confirmou o rapaz no contato telefonico. Mas, infelizmente, mais uma vez não era o nosso cachorro.
Muitos dias de procura, alarmes falsos, pessoas bacanas interessadas em ajudar, amigos e desconhecidos oferecendo ajuda, conforto, incentivando a busca e contando histórias de sucesso e eu só pensava na plaquinha na coleira. Achava que a melhor chance que a gente tinha era o Beholder ser encontrado por uma boa alma que me ligaria, mas mesmo assim eu continuava rodando por aí, chamando pelo nome, assobiando e rezando. Também tive que lidar com a emoção da minha filha mais velha, prepará-la para a possibilidade de ele ser encontrado machucado e/ou doente. Não tive coragem de dizer que talvez ele nunca fosse encontrado, eu mesma me recusava a pensar nisso.
Eis que 3 noites depois do sumiço, toca meu celular. Um número que eu não conhecia me ligava a cobrar. Um arrepio correu pelo meu corpo e me faltou o ar na esperança de ser ele. Passei para o meu marido. Sim, era o Beholder. Estava numa fazenda! O simpático rapaz mandou a localização por whatsapp. Ficava a 18 km de casa e até hoje ficamos imaginando como é que ele chegou lá. Meu marido já saiu correndo junto com amigos que estavam em casa rumo a tal fazenda. Nesse meio tempo minha amiga sugeriu pedir uma foto. O rapaz disse que já tinha mandado e segundos depois entrou a foto. Ah, aquela foto! Meu Beholder, molhado, encolhido, no pescoço a coleira preta e a plaquinha em forma de osso pendurada nela. Era ele mesmo! O alívio só veio quando abracei meu cão, que mesmo exausto e machucado (nada sério) juntou todas as forças que ele ainda tinha para abanar o rabo e lamber meu rosto.
A foto que confirmou que meu Be tinha sido mesmo encontrado. |
Aqui dá para ver melhor a plaquinha, |
Beholder, com seu ferimento perto do rabo, mas reunindo forças para brincar com a bolinha. |
Apesar de toda a aventura esse bichinho querido está se recuperando muito bem e trouxe alegria para nossa casa. Na verdade, agora quase uma semana depois, ele parece estar 100%.
A todo mundo com quem eu falei esses dias, meu eterno obrigada por tudo.
A todo mundo com quem eu falei esses dias, meu eterno obrigada por tudo.
#plaquinhanacoleira
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