sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Caligrafia

Eu nunca tive uma letra muito bonita. Inclusive acabava borrando tudo o que eu escrevia, porque por algum motivo eu passo meu dedinho por cima de tudo, tanto que no colégio eu tinha aquele tradicional calo no dedo médio, mas também na articulação dedinho, que vivia roxo-azulado por causa da tinta da caneta.

Conforme o tempo foi passando, abandonei a escrita à mão. Passei a fazer tudo no computador. Que maravilha, aquela impressão perfeita e simétrica. Logo descobri o universo dos downloads grátis de fontes diferentes e pronto, estava feita.
http://www.1001freefonts.com/
Tenho visto muitos vídeos e fotos de trabalhos incríveis de caligrafia artística ou em inglês, hand lettering. Resolvi pesquisar mais sobre o assunto e descobri um mundo completamente novo para mim. Além de técnicas, são utilizados materiais especiais como canetas, papéis e até uma mesa de sombra. Ah, isso para mim foi como descobrir um truque de mágica. Eu, que sempre fui meio torta, nunca consegui escrever em linha reta numa folha sem pauta. Via aqueles envelopes lindos, com aquela letra desenhada e retinha. A letra depende mesmo de muito treino, mas o alinhamento tem lá o seu segredo.

Mas aprendi nas minhas pesquisas que essa caligrafia artística tem mais a ver com um desenho de letras. Me parece ter menos regras, mas também é feito para títulos ou frases curtas, não para textos longos. Aqui é uma imagem de um dos sites que eu mais gostei https://bydawnnicole.com/. É em inglês, mas é muito completo.
Retirado do site https://bydawnnicole.com/

Nesse meio tempo, na reunião de pais, a professora da minha filha mais velha me disse que estava cobrando dela uma letra mais bonita. Coitada da minha filha. Ela foi alfabetizada no 1° ano com letra bastão numa escola sócio-construtivista. Lá só ensinavam letra cursiva no 2° semestre do 2° ano do ensino fundamental. Com a mudança para cá, ela teve que em pouco tempo aprender a letra cursiva que os colegas já estavam treinando desde o ensino infantil. Ela se dedicou, preencheu cartilha de caligrafia por livre vontade, teve todo o apoio e carinho da professora, mas ainda assim acho que pulou uma etapa, ou seja, vai ter que treinar agora.

Daí, pensei, por que não tentar melhorar a minha letra e aprender novas técnicas e aí estimular minha filha também? Ela não entendeu nada quando fui comprar um caderno de caligrafia. "Eu já tenho um!" - ela me disse. Ela ficou muito surpresa quando eu disse que aquele era para mim.

Começamos agora o nosso treino juntas e vamos ver no que vai dar. Por enquanto não comprei nenhum material apropriado, como canetas bacanas. Tenho treinado com lápis grafite e lápis de cor comum mesmo.




sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Desabafo: a maternidade não é fácil

Hoje foi um daqueles dias que parece que dá tudo errado desde a hora que a gente acorda. Eu já acordei cansada porque minha mais velha passou mal uma noite dessas, então não dormimos. Para eu recuperar essa uma noite perdida eu levo uma semana. Juntando a isso o calor de 34°C em pleno inverno, não está fácil. Ligo o ar condicionado, mas aí resseca a narina, que já está machucada. Hora do almoço, meu marido vem me avisar que não vai poder buscar as meninas. Meus planos todos tem que ser mudados de uma hora pra outra. Dúvida do que fazer, começar a preparar o almoço ao meio dia, quando eu voltar, ou comprar comida. Opto pela segunda, o que significa mais um entra e sai de carro, crianças discutindo cansadas, mas pelo menos podemos almoçar mais ou menos no horário.

Depois do almoço resolvo deitar, marido que estava enrolado com o trabalho vai comer depois. Tudo o que eu queria era ficar bem quietinha na minha cama, só um pouquinho que fosse. Escuto as meninas brigando e uma delas resolve fazer a tarefa na mesa de jantar. Penso, hum, acho que tem louça lá. Levanto e vou ver. A pequena me ajuda a colocar a louça na máquina, já que é ela quem vai ficar lá, mas a mais velha vem atrás só para provocar. Dou bronca, volto pra cama. Toca o telefone. Telefone fixo! Bom, nem tão fixo, minha pequena pega, já que é sem fio para me trazer. Pedido de doação. Explico que já ajudo outra instituição e deito de novo. Consegui cochilar por 20 minutos. Já ajudou.

Hora do lanche. Minha pequena me lembra que quer fazer um flor de papel para a professora auxiliar, já que é aniversário dela amanhã. A mais velha resolve fazer junto. Já começa a reclamação porque não está dando certo ou pelo menos não do jeito que ela gostaria. Nem era para ela estar fazendo! Engulo essa frase, converso com ela para que se acalme. Flores prontas. Uns minutos de sossego na frente da tv, todas nós.

Resolvo tomar um banho para relaxar e encarar o preparo do jantar. Escuto coisas batendo, crianças gritando e chorando. A porta se abre (é, eu deveria trancá-la) entra uma gritando, depois a outra. Expulso as duas. Tento me enxugar, me vestir. Boto as duas sentadas cada uma num canto, quietas. A mais velha desafia. Ah, e aí eu perco toda a razão. Gritei, deu vontade de bater, mas melhor não. Desabo a chorar, ela obedece. Mando a mais nova para o banho, a mais velha arrumar o quarto. Mando mensagem para o marido que tinha ido numa reunião para ver se demorava. Tudo o que eu leio sobre educação diz para ignorar a criança que está fazendo birra, para sair de perto quando se está nervoso. Ótimo, mas como? Posso até deixar as meninas com o marido num dia programado, par ter um tempo meu, mas eu preciso dele agora! E agora não dá. Sábado elas estarão lindas e simpáticas e vai me dar vontade de fazer um pic-nic, sei lá, não ficar sozinha. Quero sumir agora. Não dá. Eu tenho que resolver. Eu choro. Choro de raiva, de tristeza, de frustração (eu deveria ser uma mãe calma e controlada), de cansaço.

Daí pensei, a maternidade é um desafio desde o momento que se pensa nela. Tenho amigas que tentaram engravidar e não conseguiram (Ainda! Continuo na torcida!), algumas engravidaram e perderam. Outras que tiveram os bebês e eles precisaram ficar internados. O puerpério, as cólicas, as noites sem dormir,  a dúvida entre ficar em casa com o bebê ou voltar ao trabalho no final da licença maternidade, o primeiro dia de aula, a alfabetização. Todas as fases trazem o seu desafio e quando olho para trás vejo que já superei vários obstáculos. E dias como esses já aconteceram mais de uma vez. Esse é só mais um. E vai passar.

Nesse momento eu lembro do texto que vira e mexe aparece na minha timeline do Facebook do "Quartinho da Dany" sobre ter mais que um filho. Esse texto é ótimo, descreve muito bem a situação toda com duas crianças. Eu leio toda vez que me aparece e toda vez eu morro de rir. É, o jeito é rir (depois de chorar rios), e seguir em frente. Vou lá preparar o bendito jantar, tentar fazer todo mundo sossegar rápido, dormir cedo e torcer para amanhã ser um dia mais tranquilo. E aí quem sabe a gente se anima para fazer coisas bacanas para todo mundo? Porque no final das contas, adoro ser mãe (na maior parte do tempo), amo aquelas duas demais e curto muito fazer coisas junto com elas.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Strogonoff da Marlene

Marlene trabalhava na casa da minha mãe quando eu era criança. Uma querida, me mimava e tinha muita paciência com as bagunças do meu quarto. Uma pessoa do bem, como dizem por aí. Ela não costumava cozinhar, mas uma vez minha mãe pediu que ela fizesse alguns pratos. Acho que foi isso, eu realmente não lembro como conheci esse strogonoff maravilhoso.

Também não me lembro direito como começou, mas virou tradição no meu aniversário. Naquela data, todos os anos, minha mãe só comprava os ingredientes e deixava a cozinha para a Marlene, que fazia strogonoff pra mim. Foram muitos anos ganhando esse presente, esse carinho em forma de comida. Eu mais velha, certo ano, estava em casa e fui lá, aprender com ela essa receita tão especial.

Eu aprendi a receita e até já ensinei para algumas pessoas. Já aviso logo que não é a receita original Russa lá de 1871 (sim, dei uma pesquisada sobre a origem). Nesta receita não tem ketchup nem mostarda. No lugar, vai molho inglês. Sempre usei da marca Lea&Perrins, mas por ser importado, as vezes não encontramos para comprar. Já fiz com marcas nacionais e não fica igual. Comprei recentemente da French`s e achei bom. O sabor ficou parecido com o que eu estou acostumada.

Marlene infelizmente não está mais entre nós, mas toda vez que eu faço strogonoff, que é um favorito aqui em casa, lembro com carinho dela. Hoje estava preparando esse prato delicioso, daí, pensei, vou colocar no blog.

Anota aí a receita:

Strogonoff de carne

Ingredientes
- 600g filé mignon cortado em tiras
- 2 dentes de alho espremidos
- óleo
- 1 folha de louro grande (ou 2 médias)
- 1 colher de sopa de molho inglês
- sal
- cogumelos tipo champignon
- 1 lata de creme de leite sem soro

Modo de preparo
- Tempere o filé com o alho espremido.
- Numa panela funda, coloque um pouco de óleo e aqueça.
- Adicione a carne e vá virando, para selar.
- Tempere com sal e molho inglês e adicione o louro.
- A carne soltará um caldo, posicione toda a carne de um lado da panela para que o líquido evapore mais rápido (Essa parte foi uma adaptação minha. A Marlene deixava tudo junto, mas quando eu faço assim a carne às vezes fica dura).
- Quando o caldo estiver quase todo seco, retire o louro.
- Adicione os cogumelos e o creme de leite. Mais uma dica, só dá certo com creme de leite em lata. Os de caixinha ou fresco tem outra textura e deixam o molho muito líquido.
- Apenas aqueça toda a preparação, sem deixar ferver.
- Sirva em seguida.

Eu gosto de comer com arroz e batata palha, como é tradicional aqui no Brasil. Eu deixo os cogumelos inteiros porque enquanto eu e a pequena adoramos, os outros dois não gostam e assim fica mais fácil de servir "ao gosto do freguês". Obrigada, Marlene!

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Roupa texturizada para boneca de papel

Minhas filhas descobriram um jogo na internet super bonitinho. Elas decoram a casa de bonecas e depois podem imprimir e montar a casinha de papel. É realmente uma graça e elas gostaram dessa questão de personalizar, dos modelos dos móveis às cores. Daí, pensei, bem que elas poderiam personalizar a roupa da boneca também.

O jogo até permite imprimir a família, mas aí é o padrão. Eu sou péssima no desenho, então busquei uma boneca que tivesse um vestido liso que permitisse dar o efeito que eu tinha imaginado. Fiz numa escala bem maior, mas era mais para as meninas entenderem a proposta.
Imagem retirada do site http://www.tudodesenhos.com/d/menina-com-bonito-vestido 

Colamos diversos materiais em papéis. Como as duas queriam colar areia e folhas, sugeri fazer em padrões diferentes. Buscamos outros materiais que tínhamos em casa. Deixamos secando de um dia para o outro.




Imprimi a bonequinha e fomos fazer o teste das texturas. As meninas adoraram perceber a textura ao pintar por cima. Nesse momento elas comentaram que se tivessem colado as estrelinhas mais separado ou escolhido folhas mais grossas o efeito seria diferente. Como foi uma primeira tentativa, acho valeu. Elas se divertiram muito e acabei tendo que imprimir mais bonecas. Depois pensei que poderia ter imprimido só o modelo do vestido para a mesma boneca, para ela "trocar de roupa". Fica para a próxima.