sábado, 6 de outubro de 2018

Festa unicórnio

Desde o ano passado minha filha está fascinada pelos unicórnios. Apesar de ter apenas 7 anos, completos em julho, ela descobriu uma série de livros sobre fadas e unicórnios e os devora. O tema esteve nos cadernos escolhidos para a escola no começo do ano e assim como para a decoração da festa de aniversário.

Com a data se aproximando e a proibição de festas na escola, bateu um nervosismo. Como fazer uma festa bacana e econômica? Por sorte a melhor amiga da minha filha também faz aniversário em julho e a mãe dela se tornou uma grande amiga e parceira desde que nos mudamos para cá. Sugeri fazer a festa junto e ela topou na hora. Eu então lhe disse que teria uma única exigência, o tema unicórnio. A melhor amiga, muito tranquila aceitou feliz, desde que tivesse tons de rosa, sua cor preferida. Fácil de agradar essas meninas.

Eu e minha amiga pesquisamos o tema e depois de algumas conversas fechamos o nosso plano. Para completar, uma amiga em comum trabalha com personalizáveis para festa e ofereceu como presente para as meninas as lindas caixinhas de doces e também as letras decorativas. Super obrigada Kriarte Ateliê by Marcia (link)!

Decidimos por fazer a festa numa brinquedoteca que oferece serviço de buffet. Tudo incluso, custo dividido, muito fácil. Mas aí o bolo seria de confeitaria, gostoso, mas não temático. Resolvi fazer um bolo falso de EVA. Tentei por duas vezes fazer a cobertura sem emendas, aquecendo com o ferro, mas não deu nada certo. Hora de mudar o plano. Resolvi fazer a base de "frufru". Deu muuuito trabalho, mas não exige tanta habilidade. As meninas me ajudaram, participaram e valeu muito a pena. O melhor foi quando a amiguinha veio brincar em casa e disse: Tia, está incrível! Ah, essas meninas derretem meu coração.






O buffet fornecia uma mesa enorme, mas o tampo era colorido, nada a ver como a nossa paleta. Minha amiga super habilidosa fez a toalha de mesa em TNT. Nós usamos os moldes para cortar as flores, os olhos, as orelhas e o chifre do unicórnio que foi no painel. Lá na hora montamos de forma que achamos mais harmônica. Os pais das aniversariantes ficaram com a responsabilidade de encher as dezenas de balões coloridos para compor a crina e ajudar com a estrutura do painel. Minha amiga levou uma cortina que ela tinha em casa e meu marido usou varal de cortina para montar a estrutura. Uma verdadeira obra de engenharia. Também foi ideia da minha amiga usar esses balões metalizados dentro do balão transparente. Esses suportes para balão, assim como as bandejas de doces eu já tinha em casa.

A lembrancinha foi uma almofada para pintar com um unicórnio, claro! Optamos por dar canetinhas comuns que saem na lavagem, assim é possível pintar várias vezes e corremos menos risco de ter roupas e sofás manchados com tinta para tecido.

Eu estava numa loja comprando qualquer coisa não relacionada com a festa quando vi essas luminárias de unicórnio. Achei que ficariam lindas na mesa. Optei por comprar duas iguais para as meninas ficarem com uma cada uma ao final da festa. Até as velas foram escolhidas a dedo pelas meninas.



As crianças se divertiram muito com os amigos e tenho certeza que todo o trabalho valeu a pena. E essas amigas juntas, multiplicando alegrias ao invés de apenas dividir a festa, fez toda a diferença.



sexta-feira, 25 de maio de 2018

Festa Descendentes

Acho que foi no final de 2016 que minhas filhas insistiram para que eu assistisse um filme com elas no Disney Channel, o Descendentes. Não sei quem gostou mais, eu ou as meninas. Os personagens principais são os filhos dos vilões e das princesas e príncipes dos clássicos Disney. É muito divertido, especialmente para quem conhece bem as histórias originais. Esse tema quase foi o escolhido para a festa de aniversário da minha filha no ano passado, mas ela acabou escolhendo Trolls, que era lançamento. Este ano estreou o Descendentes 2, que foi aguardado ansiosamente pela minha família e foi o tema escolhido para a comemoração dessa vez.


Com o orçamento ainda muito restrito e a casa pequena demais para abrigar todos os 25 colegas de sala, fui em busca de outras alternativas. A eleita pela minha filha foi um desses espaços de jogos do shopping. Paga-se uma taxa e são disponibilizados os cartões para utilizar nos brinquedos pelo período da festa. Eles cedem um pequeno espaço exclusivo para a festa, com mesas e cadeiras, uma mini cozinha de apoio, decoração padrão com balões e duas mesas já com as saias as cores pink ou azul. A vantagem foi justamente eu poder levar a comida e bebida, onde eu consigo economizar fazendo eu mesma.


 O primeiro item decidido para a festa foi a lembrancinha. Escolhemos fazer um balde de pipocas personalizado. Mandei fazer porque ficava bem barato e ainda me entregaram com o saquinho, fita, cartão de agradecimento e um mini prendedor, muito bonitinho. Resolvemos colocar também um pacote de pipoca para microondas e minha filha escolheu o sabor "pipoca de cinema". O sabor é bom, mas devo desculpas eternas aos pais dos convidados porque o cheiro permanece dentro do microondas para sempre.


Eu achei que ficaria interessante colocar um topo de bolo personalizado, já que eu não poderia inventar muito na decoração do bolo, considerando que eu ia fazer e ainda transportar junto com todas as tralhas para o shopping. É importante dizer que eu tinha 30 minutos para montar toda a decoração e depois 15 minutos para desocupar o espaço. E para descarregar o carro com todos os itens, eles liberaram o acesso às docas e uma moça muito gentil carregava tudo em um carrinho de supermercado. Não dava para inventar coisas mirabolantes com tantas restrições.

Resolvi que o topo do bolo seria a maçã do logotipo do filme. Tentei fazer de biscuit, mas não ficou muito bom devido a minha falta de experiencia com o material e, mais ainda, pela minha falta de habilidade mesmo. Mas numa loja de utilidades domésticas vi, por acaso, uma maçã de isopor. Era tão barata que resolvi comprar duas por garantia. Meu marido cortou as "mordidas" e eu pintei de amarelo. Deu certo! Somente a cobrinha que envolve a maçã eu fiz em biscut.


O bolo sofreu um pouco com o transporte, mas pelo menos estava gostoso.

Como eu adoro ter decorações que as meninas possam brincar depois resolvi fazer o livro de feitiços da Mal (peguei as dicas nesse site aqui) e a varinha mágica da fada madrinha (que me inspirei aqui). A varinha foi surpresa para as meninas. Elas passaram um feriado na casa de uma amiga e eu aproveitei o tempo. Deu bastante trabalho porque é bem cheio de detalhes, tem que fazer e esperar secar, pintar... mas a carinha da aniversariante quando viu, fez tudo valer a pena.

Minha filha me pediu para fazer cookies porque no primeiro filme a Mal os prepara - olha o spoiler - para enfeitiçar o Ben. Achei que ficaria bacana colocar os cookies num caldeirão. Fui numa loja de festas e perguntei se tinha algum caldeirão de plástico de um Halloween passado. E não é que tinha mesmo? É muito divertido ser atendida por vendedores que entendem o que eu busco e se motivam para encontrar o que eu preciso.
Livro de feitiços da Mal próximo ao caldeirão de cookies


Eu ia fazer o espelho da Evie em EVA, mas na volta da escola tem uma loja que faz cortes decorativos com laser e resolvi ver o preço para fazer em MDF. Pensei em pintar e colar um espelho depois. O rapaz lá me atendeu muito bem, pediu para ver fotos na internet, entendeu o contexto e sugeriu fazer tudo em acrílico, em duas cores, dourado e prateado. Muito mais barato e eu adorei o resultado.



Fiz também brigadeiros, beijinhos, brownies e comprei pastilhas de chocolate que coloquei nas latinhas e umas balas, porque eu gostei da embalagem.

Encomendei os salgadinhos numa loja que eu gosto, comprei sucos, refrigerante e água e estava feita a festa. No final foi um ótimo custo-benefício. Acho que as crianças curtiram bastante. Minha filha ficou muito feliz por poder comemorar com os amigos.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Jogo "Sistema Solar"

Minha filha mais velha está no 4o ano do ensino fundamental e está estudando o sistema solar. Eu me lembro de ter gostado muito dessa matéria quando criança e achava o máximo que eu tinha conseguido decorar o nome de todos os planetas, já que "decoreba" não é comigo.

Anos mais tarde tive a oportunidade de visitar a Nasa nos Estados Unidos e foi incrível. Aproveitamos uma viagem destinada à Disney e esticamos até lá. Meus pais também adoraram, tanto que todos concordaram em incluir mais um dia de visitas por lá.

Acho que não é só o espaço em si que me encanta, mas também a ciência por trás de todas as descobertas. É muito interessante ver o treinamento das equipes e o cotidiano daqueles que estão na estação espacial.

Dito isso, foi um prazer ajudar minha filha a estudar. Ela também já chegou em casa sabendo todos os planetas de cor. Sabia inclusive sobre Plutão ser agora um planeta-anão e ainda me disse o nome de mais três nessa categoria. Para tornar o estudo dos detalhes de cada integrante do sistema solar um pouco mais interessante, criei o jogo do sistema solar.

Copiei do livro da escola os principais aspectos abordados e fiz fichas. O jogador da vez escolhe uma ficha. O participante a sua direita lê a descrição. O jogador deve dizer de qual parte do sistema solar se trata e caso esteja correto deve avançar sua espaçonave até o local. Vence quem der 3 voltas no sistema solar primeiro.

Esse é o tabuleiro


Exemplo das fichas

Acabamos fazendo uma sessão de jogos e o pai e a irmã mais nova participaram. Posso dizer que todos da família estão aptos a fazer a prova!

Os arquivos para impressão estão aqui: jogo sistema solar

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Almoço de Halloween

Dia 31 de outubro é aniversário de uma pessoa muito especial (parabéns, Chris!) e também é o Halloween ou Dia das Bruxas. Ano passado eu estava inspirada e fiz o lanche das meninas no tema. Se você não viu ou quer lembrar, é esse post aqui.

Este ano eu estava pensando em fazer alguma coisa até porque minha mãe me deu cortadores novos. Cheguei a pesquisar receitas de bolachinhas diferentes, mas no final das contas foi um final de semana cheio de eventos o dia todo, segunda acordei com torcicolo e para completar, chuva e falta de luz a tarde toda até a noite. Ou seja, não fiz nada.

Hoje de manhã quando as meninas acordaram eu falei para escolher o que queriam para o lanche, apesar de não ter muitas opções. Minha filha mais nova me olhou com tristeza, desapontada que eu não tinha feito as bolachinhas especiais. Ela entendeu a minha razão, não me cobrou nem nada, mas ontem ela estava tão animada, enfeitou as portas de casa...



Me lembrei que eu tinha maçã e ofereci uma "maçã envenenada". Embrulhei num tecido preto e tule roxo, amarrei com uma fita cor de abóbora e ficou temático como esperado. Corri para o computador e imprimi um recadinho com um desenho de bruxa, joguei umas bolachinhas num saquinho e pronto. Nem tirei foto.

Estava no carro, no caminho da escola, daí, pensei, vou fazer um almoço surpresa com o tema de Halloween. Na hora me veio a cabeça, macarrão com molho de tomate e almôndegas. Não sei de onde inventei uma salada de cemitério (alface como grama e palmito como as lápides). Imprimi uns desenhos de fantasma, coloquei papel manteiga por cima para me guiar ao fazer os fantasmas de chocolate branco. Nada muito elaborado, mas o toque especial ficou nos nomes que usei no cardápio e nos enfeites.

Imprimi uma imagem que achei no google numa folha A4 e usei como jogo americano. A sobra do tule roxo, amarrei na jarra do suco que também ganhou uma etiqueta com uma bruxa. Na porta da cozinha, colei o cardápio do dia.



Cortei palmitos em rodelas e depois na metade e escrevi RIP com caneta alimentícia

Os olhos são almôndegas, com uma bolinha de polenguinho (achei que a textura e a cor dariam certo) e um pedacinho de azeitona verde.


Como as meninas não estavam esperando por nada, ficaram admiradas quando viram a surpresa. Elas acharam o máximo comer olhos e larvas hahaha. Agora à tarde tivemos cupcake de aranha.


O que me motiva a fazer essas bobagens é que elas curtem, embarcam na brincadeira e se divertem.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Dia dos professores: caixinha de brownies

Semana passada minha filha estava estudando para a prova de artes. Na verdade, quem estudou fui eu, porque ela já sabia tudo. O tema era pontilhismo e o texto da revisão explicava direitinho a técnica. Daí, pensei, essa técnica seria ótima para pintar um ipê numa caixinha para dar de presente para as professoras. Conversei com as meninas e elas gostaram da ideia. A mais velha já conhecia bem a técnica. A pequena ficou um pouco apreensiva porque não estava segura de como fazer, mas logo percebeu que não seria difícil.

Comprei umas caixas de madeira crua. Comprei duas para cada uma: uma grande e uma pequena, para a professora titular e para a professora auxiliar (no caso da mais velha, a coordenadora). As meninas pintaram de branco para dar o fundo. Comprei uma tinta marrom escuro e num pratinho coloquei um pouco dessa tinta e também um pouco da mesma tinta misturada com um pouco de tinta branca para ficar mais claro. Pegamos 2 cotonetes, cada um molhado em um tom de tinta marrom e aí fazendo "pontinhos" formamos o tronco da árvore. Para a copa eu comprei dois tons de roxo, um mais claro e um mais escuro. A escolha da representação dessa árvore veio inspirada nas ruas do caminho da escola. Sempre vemos diversos ipês, que quando floridos chamam muita a nossa atenção.



Caixinha pronta, pensamos no que colocar dentro, já que só a caixinha parecia um pouco sem graça. Sugeri fazer brigadeiros, mas as meninas pediram para a fazer brownie, já que elas agora conseguem fazer tudo sozinhas. Dessa vez tentei ficar só de expectadora mesmo. Foi muito divertido ver como elas dividiram as tarefas, se ajudaram e capricharam para fazer "o brownie mais delicioso do mundo para as prôs".




A receita é bem simples:

Brownie

Ingredientes
-          ½ xícara de margarina sem sal
-          170g (1 barra) de chocolate meio amargo
-          4 ovos
-          ¼ de colher de chá de sal
-          2 xícaras de açúcar não muito cheias
-          1 colher de chá de essência de baunilha
-          1 xícara de farinha de trigo

Modo de preparo
-          Aqueça o forno em temperatura média.
-          Derreta em banho maria ou no microondas a margarina e o chocolate; deixe esfriar.
-          Bata os ovos e o sal até obter uma cor clara e aumentar o volume.
-          Continue batendo os ovos, e vá acrescentando, aos poucos, o açúcar e a baunilha.
-          Retire a tigela da batedeira e misture com uma colher o chocolate derretido.
-          Antes de obter uma mistura homogênea, vá acrescentando a farinha e mexendo até acabar a farinha.
-          Coloque a massa em uma forma retangular média, untada com margarina.
-          Leve ao forno por 20 minutos ou até o palito inserido na massa sair limpo

Rendimento: 20 porções

Congelamento: pode ser congelado em papel alumínio por até 3 meses


Descongelamento: em temperatura ambiente por 5 horas

Ajudei a embalar um a um em papel manteiga e fiquei impressionada com a habilidade delas de fazer o lacinho. As meninas montaram suas caixinhas com direito a um bilhetinho dentro. Embalei com celofane para um toque final.



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Caligrafia

Eu nunca tive uma letra muito bonita. Inclusive acabava borrando tudo o que eu escrevia, porque por algum motivo eu passo meu dedinho por cima de tudo, tanto que no colégio eu tinha aquele tradicional calo no dedo médio, mas também na articulação dedinho, que vivia roxo-azulado por causa da tinta da caneta.

Conforme o tempo foi passando, abandonei a escrita à mão. Passei a fazer tudo no computador. Que maravilha, aquela impressão perfeita e simétrica. Logo descobri o universo dos downloads grátis de fontes diferentes e pronto, estava feita.
http://www.1001freefonts.com/
Tenho visto muitos vídeos e fotos de trabalhos incríveis de caligrafia artística ou em inglês, hand lettering. Resolvi pesquisar mais sobre o assunto e descobri um mundo completamente novo para mim. Além de técnicas, são utilizados materiais especiais como canetas, papéis e até uma mesa de sombra. Ah, isso para mim foi como descobrir um truque de mágica. Eu, que sempre fui meio torta, nunca consegui escrever em linha reta numa folha sem pauta. Via aqueles envelopes lindos, com aquela letra desenhada e retinha. A letra depende mesmo de muito treino, mas o alinhamento tem lá o seu segredo.

Mas aprendi nas minhas pesquisas que essa caligrafia artística tem mais a ver com um desenho de letras. Me parece ter menos regras, mas também é feito para títulos ou frases curtas, não para textos longos. Aqui é uma imagem de um dos sites que eu mais gostei https://bydawnnicole.com/. É em inglês, mas é muito completo.
Retirado do site https://bydawnnicole.com/

Nesse meio tempo, na reunião de pais, a professora da minha filha mais velha me disse que estava cobrando dela uma letra mais bonita. Coitada da minha filha. Ela foi alfabetizada no 1° ano com letra bastão numa escola sócio-construtivista. Lá só ensinavam letra cursiva no 2° semestre do 2° ano do ensino fundamental. Com a mudança para cá, ela teve que em pouco tempo aprender a letra cursiva que os colegas já estavam treinando desde o ensino infantil. Ela se dedicou, preencheu cartilha de caligrafia por livre vontade, teve todo o apoio e carinho da professora, mas ainda assim acho que pulou uma etapa, ou seja, vai ter que treinar agora.

Daí, pensei, por que não tentar melhorar a minha letra e aprender novas técnicas e aí estimular minha filha também? Ela não entendeu nada quando fui comprar um caderno de caligrafia. "Eu já tenho um!" - ela me disse. Ela ficou muito surpresa quando eu disse que aquele era para mim.

Começamos agora o nosso treino juntas e vamos ver no que vai dar. Por enquanto não comprei nenhum material apropriado, como canetas bacanas. Tenho treinado com lápis grafite e lápis de cor comum mesmo.




sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Desabafo: a maternidade não é fácil

Hoje foi um daqueles dias que parece que dá tudo errado desde a hora que a gente acorda. Eu já acordei cansada porque minha mais velha passou mal uma noite dessas, então não dormimos. Para eu recuperar essa uma noite perdida eu levo uma semana. Juntando a isso o calor de 34°C em pleno inverno, não está fácil. Ligo o ar condicionado, mas aí resseca a narina, que já está machucada. Hora do almoço, meu marido vem me avisar que não vai poder buscar as meninas. Meus planos todos tem que ser mudados de uma hora pra outra. Dúvida do que fazer, começar a preparar o almoço ao meio dia, quando eu voltar, ou comprar comida. Opto pela segunda, o que significa mais um entra e sai de carro, crianças discutindo cansadas, mas pelo menos podemos almoçar mais ou menos no horário.

Depois do almoço resolvo deitar, marido que estava enrolado com o trabalho vai comer depois. Tudo o que eu queria era ficar bem quietinha na minha cama, só um pouquinho que fosse. Escuto as meninas brigando e uma delas resolve fazer a tarefa na mesa de jantar. Penso, hum, acho que tem louça lá. Levanto e vou ver. A pequena me ajuda a colocar a louça na máquina, já que é ela quem vai ficar lá, mas a mais velha vem atrás só para provocar. Dou bronca, volto pra cama. Toca o telefone. Telefone fixo! Bom, nem tão fixo, minha pequena pega, já que é sem fio para me trazer. Pedido de doação. Explico que já ajudo outra instituição e deito de novo. Consegui cochilar por 20 minutos. Já ajudou.

Hora do lanche. Minha pequena me lembra que quer fazer um flor de papel para a professora auxiliar, já que é aniversário dela amanhã. A mais velha resolve fazer junto. Já começa a reclamação porque não está dando certo ou pelo menos não do jeito que ela gostaria. Nem era para ela estar fazendo! Engulo essa frase, converso com ela para que se acalme. Flores prontas. Uns minutos de sossego na frente da tv, todas nós.

Resolvo tomar um banho para relaxar e encarar o preparo do jantar. Escuto coisas batendo, crianças gritando e chorando. A porta se abre (é, eu deveria trancá-la) entra uma gritando, depois a outra. Expulso as duas. Tento me enxugar, me vestir. Boto as duas sentadas cada uma num canto, quietas. A mais velha desafia. Ah, e aí eu perco toda a razão. Gritei, deu vontade de bater, mas melhor não. Desabo a chorar, ela obedece. Mando a mais nova para o banho, a mais velha arrumar o quarto. Mando mensagem para o marido que tinha ido numa reunião para ver se demorava. Tudo o que eu leio sobre educação diz para ignorar a criança que está fazendo birra, para sair de perto quando se está nervoso. Ótimo, mas como? Posso até deixar as meninas com o marido num dia programado, par ter um tempo meu, mas eu preciso dele agora! E agora não dá. Sábado elas estarão lindas e simpáticas e vai me dar vontade de fazer um pic-nic, sei lá, não ficar sozinha. Quero sumir agora. Não dá. Eu tenho que resolver. Eu choro. Choro de raiva, de tristeza, de frustração (eu deveria ser uma mãe calma e controlada), de cansaço.

Daí pensei, a maternidade é um desafio desde o momento que se pensa nela. Tenho amigas que tentaram engravidar e não conseguiram (Ainda! Continuo na torcida!), algumas engravidaram e perderam. Outras que tiveram os bebês e eles precisaram ficar internados. O puerpério, as cólicas, as noites sem dormir,  a dúvida entre ficar em casa com o bebê ou voltar ao trabalho no final da licença maternidade, o primeiro dia de aula, a alfabetização. Todas as fases trazem o seu desafio e quando olho para trás vejo que já superei vários obstáculos. E dias como esses já aconteceram mais de uma vez. Esse é só mais um. E vai passar.

Nesse momento eu lembro do texto que vira e mexe aparece na minha timeline do Facebook do "Quartinho da Dany" sobre ter mais que um filho. Esse texto é ótimo, descreve muito bem a situação toda com duas crianças. Eu leio toda vez que me aparece e toda vez eu morro de rir. É, o jeito é rir (depois de chorar rios), e seguir em frente. Vou lá preparar o bendito jantar, tentar fazer todo mundo sossegar rápido, dormir cedo e torcer para amanhã ser um dia mais tranquilo. E aí quem sabe a gente se anima para fazer coisas bacanas para todo mundo? Porque no final das contas, adoro ser mãe (na maior parte do tempo), amo aquelas duas demais e curto muito fazer coisas junto com elas.